A vulgaridade é o brasão nobiliário dos homens ensoberbecidos de sua mediocridade; guardam-na como guarda o avaro ao seu tesouro. Jactam-se de exibi-la, sem suspeitar que é a sua afronta. Surge inoportuna na palavra ou no gesto, destrói num único instante o encanto preparado em muitas horas, e sob a sua garra esmaga toda eclosão luminosa do espírito. Incolor, surda, cega, insensível, rodeia-nos e espreita-nos; deleita-se no grotesco, vive no turvo, agita-se nas trevas. É para o espírito o que são para o corpo os defeitos físicos, a coceira, o estrabismo: é incapacidade de pensar e de amar, incompreensão do belo, desperdício da vida, toda a sordidez.
jose ingenieros
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