Temos de analisar o carácter de ato e o conteúdo sensorial que lhe corresponde. Por exemplo, a apercepção da nossa própria respiração envolve uma componente vivencial e uma componente perceptiva, uma vez que a podemos ao mesmo tempo sentir e observar como objeto exterior. Mas já uma dor, constitui apenas uma vivência, dado ser uma sensação bruta. A percepção envolve um carácter de ato, direcionado para objetos através de qualquer sentido. A dor é vivenciada mas não aparece objetivamente, porque não é percepcionada por qualquer sentido. Em contrapartida, os objetos externos aparecem, são percepcionados, mas não são vivenciados. Na linguagem fenomenológica a respiração é um objeto. (Frases de Edmund Husserl)
Na percepção o objeto intencional da representação é o mesmo que o seu objeto verdadeiro. Por outro lado, o ‘objeto transcendental’ não seria o objeto dessa representação, se não fosse o seu objeto intencional. A ‘coisa extensa’ que vemos é percepcionada em toda a sua transcendência; ela é dada à consciência na sua corporeidade. Não é nem uma imagem nem um sinal que é dado em seu lugar. Não há o direito de substituir a percepção por uma consciência de sinal ou de imagem, e deixarmo-nos enganar por essa ideia. O objeto percepcionado não se oferece à consciência por intermédio de imagens ou símbolos imanentes; é percepcionado na sua corporeidade. A transcendência da coisa é uma verdadeira transcendência e não uma imagem ou um símbolo.
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