Que vem a ser, em suma, um presidente da república? O detentor, em certo e determinado momento, de um imenso poder. Mas, por excelência, efémero e caduco. Esse poder, na expressão das durações políticas, substituiria com estrita propriedade as rosas de Malherbe. O dia de ontem o viu humilde, mesureiro, abandonado, passeando a sua solidão e o seu nada por entre a distraída multidão. O de amanhã o verá outra vez sozinho, cumprimenteiro, desprezado, sob os desdéns e remoques de inimigos e curiosos. Foi entre essas duas tristezas, essas duas misérias, esses dois aniquilamentos que lhe esteve nas mãos o governo.
rui barbosa