Que tempos viram, como temos visto, civilização mais paganizada? Que oferecem os filmes cinematográficos senão os aspectos de uma civilização que fêz do corpo e dos prazeres materiais a preocupação única da existência humana? Que outra lição, senão a do luxo, fantasiosa opulência e exibição faustosa apresentam à juventude dos nossos dias essas películas excitantes e dissolventes de todas as resistências morais? Que espécie de livros lêem os rapazes, raparigas e até mesmo esses grisalhos leões do Chiado, senão coloridas brochuras de novelas, romances e memórias copiados uns dos outros, que abarrotam os mercados internacionais sem outro valor além do que lhes empresta facciosa propaganda manobrada por agentes da dissolução social? Que época é esta em que, nem pelos gostos, nem pelas atitudes, nem pelo vestuário, se distinguem as mães das filhas e às vezes nem as avós das netas? Que dias vivemos em que a família foge do lar, até mesmo para celebrar as datas mais belas do calendário cristão e da intimidade doméstica? Como poderemos chamar espiritualista a esta civilização sedenta de sensacionalismo e que zomba de tudo o que é de Deus, fazendo do próprio matrimónio precária satisfação de vaidades efémeras? Que nome merece uma civilização de cassinos, boites, dancings, promiscuidades escandalosas, desnudações nas praias, e concursos de beleza de sabor zootécnico, degradantes da majestade e dignidade da mulher? Não é tudo isso o paganismo?

plinio salgado

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