ó retrato da Morte, ó Noite amiga, por cuja escuridão suspiro há tanto! Calada testemunha de meu pranto, de meus desgostos secretária antiga! Pois manda Amor que a ti somente os diga, dá-lhes pio agasalho no teu manto, ouve-os, como costumas, ouve, enquanto dorme a cruel, que a delirar me obriga. E vós, ó cortesãos da escuridade, fantasmas vagos, mochos piadores, inimigos, como eu, da claridade, em bandos acudi aos meus clamores: quero a vossa medonha sociedade, quero fartar meu coração de horrores.
bocage
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