Angel Ganivet: O que a terra faz não desfaça o homem.

O que a terra faz não desfaça o homem.

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" Todas as leis são ineficazes, enquanto se não destroem os maus costumes, e para a estes destruir é ela menos útil que os esforços individuais. "
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" Um povo culto é um povo livre; um povo selvagem é um povo escravo; e um povo superficialmente instruído é um povo ingovernável. "
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" Assim como há continentes, penínsulas e ilhas, há também espíritos continentais, peninsulares e insulares. "
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"Na vida intelectual, o passado, assim como é centro poderoso de resistência, é débil princípio de atividade. "
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"Não desistamos de coisa nenhuma. Comecemos, pelo contrário, a íazer imediatamente o que quer que seja, como se se tratasse de obra de grande fôlego. "
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"Por pátria sempre entendi isto: a quantidade de meio que assimilamos, quando crianças, e que forma parte latente do nosso ser físico e quase todo o nosso ser psicológico. "
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"A maior parte das revoluções são produtos da ambição ou da vaidade dos homens que, não contentes com seguir a eclosão natural das coisas, se precipitam para dirigi-las, tencionando arcar com a glória de haver salvado a Humanidade. O verdadeiro revolucionário não é o homem de ação, é o que tem ideias mais nobres e mais justas que os outros e as atira para o meio da sociedade a fim de que germinem e deitem frutos, e as defende, se houver necessidade, não com a violência mas com o sacrifício. "
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"A personalidade se acentua mediante o exercício. "
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"O nosso orgulho nos faz crer que só estamos submetidos ao ; influxo dos objetos em que voluntariamente fixamos a atenção; mas talvez seja muito mais forte a influência do imperceptível e do desprezível. "
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"Quando as sabemos saborear, em todas as coisas da vida se nos depara o prazer. "
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" Vida e morte são sonhos. Tudo no mundo sonha. Sonho é a vida do homem, e a morte na pedra é sonho. "
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"Chegados ao nosso completo desenvolvimento, encontramo-nos fraternalmente unidos a todas as coisas oue nos foram formando e que em nós estão virtualmente. "
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"Há um obreiro essencialmente útil, o que trabalha e ama o seu trabalho, e há um obreiro prejudicial, o que trabalha por instinto utilitário. "
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"A diferença entre aldeia e cidade é que esta tem espírito, um espírito que tudo banha, modela e dignifica. "
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"O que se esquece deve esquecer-se, afirmo-o, com um fatalismo estético que descoroçoa os tímidos. "
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"Um povo não pode e, se pode, não deve viver sem glória; mas dispõe de muitos meios para conquistá-la e, além disso, a glória se apresenta sob formas diversas: há a glória ideal, a mais nobre, à qual se chega pelo esforço da inteligência; há a glória pelo triunfo dos ideais de um povo contra os de outro povo; há a glória do combate feroz pelo simples domínio material, e há a glória mais triste do mútuo aniquilamento em lutas interiores. "
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" As inteligências mais humildes compreendem as ideias mais elevadas. E os que poupam a verdade e a revelam apenas quando estão certos de ser compreendidos, vivem em grande erro, porque a verdade, embora não compreendida exerce numerosas influências e conduz, por caminhos ocultos, às mais puras sublimidades, aquelas que, incompreensíveis e espontâneas, jorram das almas comuns. "
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" Será justo que os mercadores que só buscam o proveito material de salvar a vida, sem a qual pouco apetitosa seria a riqueza; mas o herói do ideal deve afastar-se de tais soluções prosaicas, olhar apenas para a frente, e conceber um empreendimento de tal modo libado à sua vida que ambos selam erlorifiçados na vitória, ou ambos juntos pereçam na derrota. "
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" Às vezes é pior que o mal o desequilíbrio produzido quando o mal, que sempre é alguma coisa, desaparece. "
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" O espírito jurídico de um país se descobre, observando em que ponto da evolução da ideia de justiça se concentrou principalmente a sua atenção, porque os códigos pouco valem, só têm valor objetivo e devem ser interpretados pelo homem. "
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" Quem importa que a lei nos declare livres, se estamos possuídos por vulgares ambições e sacrificamos a nossa liberdade e até a nossa dignidade para satisfazê-las? "
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"Há uma forma vulgar de abulia que todos conhecemos e da qual padecemos, às vezes. Quem não foi, pelo menos uma vez, dominado pela perplexidade de espírito, nascida do quebrantamento de forças ou do aniquilamento resultante de uma prolongada inação, em que a vontade, carecendo de uma idéia dominante que a mova, vacilando entre motivos opostos que se equilibram, ou dominada por uma idéia abstrata, irrealizável, permanece irresoluta, sem saber o que fazer e sem determinar-se a fazer? Quando essa situação se converte de passageira em crônica constitui a abulia que se patenteia no exterior pela repugnância da vontade a executar atos livres. No abúlico há um princípio que demonstra não se haver extinguido totalmente a vontade; mas esse movimento atua debilmente e raras vezes alcança o seu termo. Não é um movimento desordenado confundível com os do atáxico; há num caso debilidade e em outro falta de coordenação, tanto que na abulia, afora os atos livres, os demais, os psicológicos, os instintivos, os produzidos pela sugestão, se realizam ordenamente. São muitos os sintomas intelectuais de abulia: a atenção se debilita tanto mais quanto mais novo ou estranho é o objeto sobre o qual é preciso fixá-la; o entendimento parece petrificar-se e torna-se incapaz de assimilar novas idéias; só tem agilidade para ressuscitar a recordação dos feitos passados; mas quando chega a adquirir uma idéia nova, carecendo do contrapeso de outras, cai da atonia na exaltação, na idéia fixa que o arrasta à impulsão violenta. Se na vida prática a abulia se manifesta no não fazer, na vida intelectual se caracteriza por não atentar. Por conseguinte, a causa da abulia, a meu ver, é a debilitação do sentido sintético, da faculdade de associar as representações. "
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