O oleiro inveja o oleiro, o músico inveja o músico, até o pobre inveja o pobre, diz Hesíodo. Apesar desta máxima do pai dos poetas, não hesitei pôr a inveja no catálogo das misérias do rico, por me parecer coisa certa que, se este vício tem ocasiões frequentes de se exercer, é sobretudo nas classes onde toda a gente, apaixonada por grandezas, se disputa e arranca o valimento, nas classes em que as preferências cegas que a fortuna dá a uns fazem as desgraças de outros, nas classes, enfim, em que a desigualdade das riquezas, modificando-se constantemente, tem em fermentação os germes da inveja encerrados no coração do homem. Se o pobre não está inteiramente livre desta peçonha, expõe-se menos aos efeitos dela, por isso mesmo que a sua existência, encadeada a uma profissão regular, está menos dependente do acaso, sofre menos alternativas, apresenta menos movimentos que chamem a atenção e despertem as vizinhas rivalidades.
camilo castelo branco
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