O capitalista, que acumula o seu dinheiro, guarda-o ciosamente, como uma reserva de felicidade em potencial. Pois lhe falta mesmo tempo e capacidade física para comprar prazeres e o dinheiro se transforma para ele, de mero instrumento, em finalidade. O seu detentor atravessa as mais das vezes a vida, como um escravo do trabalho. E, assim como a felicidade se transformou em prazer, também o prazer se transformou no seu próprio instrumento de aquisição, que é o dinheiro. Este cedeu o seu lugar ao trabalho. O trabalho, que era meio de perfeição, passou a ser sublimação da avareza. O trabalho deixou de ser um instrumento do Homem, passando o Homem a ser o seu instrumento. Dessa forma, se para o rico o trabalho é uma escravidão voluntária do espírito à matéria, para % o pobre é o grande aparelho deformador da personalidade. Para aquele, o trabalho tornou-se o prazer material sublimado, enquanto para este a forma de uma humilhação imperiosa. Dentro dessas finalidades relativas, desapareceu completamente a influência da disciplina, que objetiva o absoluto. E todas essas situações são decorrentes do conceito, que o Homem se impôs, de uma finalidade em si próprio, e considerando-se um mero conjunto de sentimentos e de instintos, que se coordenam formando a inteligência.

plinio salgado

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