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Guardemo-nos de medir o cérebro alheio pelo nosso!
a d n
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a d n
"Ponto que somos na linha da vida, saibamos estar onde devemos, em determinado instante. Voltar seria querer opor-se às leis da natureza: atirar-se para a frente, seria querer antecipá-las. "
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a d n
" Um dos mistérios que mais me espanta: como é possível não ser o pensamento levado aos trambolhões pelo caudal torrentoso, pelo incrível borbulhar, pela impressionante algaravia que facilmente prorrompe dos lábios de certas criaturas? "
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a d n
"Miséria humana, tétrica visão, que, alquebrada, te arrastas pela rua, e com olhos de pranto rogas pão... Caro e odiado mal, tu, só na morte, hás de viver a verdadeira vida em troca de uma vida que foi morte.."
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a d n
" A insónia neurasteniza-nos. A que suplícios não nos submeteria a ausência da morte? "
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a d n
" Com as mulheres só há uma saída: a saída... "
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a d n
" Dança da morte... Leves, etéreas, coleantes, giram em torno de mim mulheres findas, mortas, mulheres mortas-vivas, mulheres vindas de uma terra estranha, silenciosa, fria... Inerte, sobre o chão, absorvo os fantasmas, e rio porque os destruo, e choro porque me destroem. Dança da morte... "
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a d n
" Há lugares em que o homem é pago pelo que vale, e outros em que vale pelo que é pago... "
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a d n
" Láthe biôsas, dizia Epicuro, e dizia bem. Vivamos ocultos, mas não por modéstia, e sim por precaução... "
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a d n
" Longa, longa e tenebrosa estrada do delírio... Mórbidas visões me atenazaram o cérebro. Foi-se minhalma, arrancada pela fúria insana, implacável, satânica, da adversidade. Foi-se, como se vai no outono, a triste folha, batendo aqui, ali, gemendo, chorando, morrendo... "
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a d n
" Vivos, somos escravos do espaço e do tempo. Mortos, senhores. Vivos, morremos. Mortos, vivemos. "
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a d n
"Dentro dà noite, dentro do trem, dentro da cabina, dentro da Saudade. Uivos lúgubres arrancam-me intermitentemente da saudade, da melancolia, e me cobrem de angústia... Tenho medo do apito do trem, mas espero-o. E, quando tarda, enervo-me, enfureço-me. Tenho medo das rodas, dos seus gritos, dos seus ais, das suas longas risadas que penetram a treya e me dizem: você não chegará, nunca, nunca...! Eu já cheguei, já cheguei, já cheguei... "
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a d n
"Há três homens no orador: o professor, o ator, o sugestionador. O professor elucida, o ator comove, o sugestionador domina. "
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a d n
"Horizonte... Imensos fantasmas lívidos pairam no ar, exaustos, modorrentos. Um olho enorme, rubro, palpitante, sorri, sardô-nicamente, o seu último sorriso e, erguendo lentamente a sua única pálpebra, cerra-se: é noite. "
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a d n
"Já se disse que o corpo é a prisão da alma e até houve quem afirmasse ser ele um túmulo: soma, sema! E é nessa prisão, nesse túmulo que ela chora ou se resigna, ou ri, sorri e se alegra. Vemo-la sempre por duas pequeninas frestas. Daí serem os olhos brilhantes, luminosos, vivos, tristes, embaraçados, úmidos, mortos. "
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a d n
"Olhos... Azuis, castanhos, verdes, negros, olhos brilhantes, mortos, puros, traiçoeiros, leais, infames, apaixonados, frios, imperiosos, abúlicos. Diante, atrás de mim, em cima, em baixo, aqui, aqui dentro, olhos, olhos eternos, olhos-cérebro, olhos-vontade, olhos-cora-ção, olhos-tudo, olhos-nada, vibração, fulgor, evanescência... "
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a d n
"Pensando bem, é preciso pensar mal para pensar bem.. "
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a d n
"Tenho medo dos meus olhos. Parecem-me dois cristais fulgurantes, por onde quer fugir minha alma enclausurada... "
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a d n
"Quero, quero de volta essa alma que o meu cérebro criou numa noite agoniada e infinda... Quero-a de volta, quero-a unida a mim, identificada... .E, transido de espanto, morcego diante do sol, há de fugir para sempre o meu obumbramento! "
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a d n
" O sábio pouco fala do muito que bem sabe; o ignorante muito do pouco que mal sabe. "
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a d n
" Se eu pudesse diria o segredo que me apodrece a alma, como apodrece ao corpo o câncer rremediável... Eu o diria, eu que luto com o furor do temerário contra visões, visões, atrás nuvens de tormenta, que se unem, que se superpõem, que se mesclam, e que, negrejando um céu azul e límpido, o transformam, levadas por Satã, num inferno de horror, de espanto e brado... "
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a d n
" Só, só, horrivelmente só. Os meus olhos, como dois abutres, se pousam ali onde minha alma esteve, e está sempre, ali, nesse canto vazio, donde se não desprendem, escancarados para essa alma que é minha e que eu não cedo a ninguém... "
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a d n
"A vida é um constante preparo. Do princípio ao fim, prepa-ramo-nos para viver. Do meio ao fim, preparamo-nos para morrer. "
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a d n
"A vida é uma equação indeterminada com numerosas incógnitas e uma única solução inteira e certa: a morte. "
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a d n
"A vida será um peso, e a morte um alívio; mas a vida é um mistério ao qual estamos habituados, e a morte um mistério ao qual precisamos habituar-nos... "
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a d n
"Com a imaginação tudo abatemos, feras, gigantes, montanhas, dificuldades, obstáculos, a própria morte, o próprio Deus! Mas o ridículo, diante da verdade, quem nos livra dele? "
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a d n
"E o vento que soprou, de repente, forte, poderoso, fez-me girar como ventoinha, cada vez mais, cada vez mais... A minha carne pútrida, os ossos, os músculos, tudo se foi transformando num liquido grosso, pegajoso, que se infiltrou, gota a gota, na terra em sangue... "
[Ver frase]
a d n
"O presente é um ponto, um nada, que se desloca constante na linha da vida. dividindo-a sempre em duas partes: o passado que já não existe, e o futuro que não existe ainda... "
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a d n
"A dor é o desinfetante com que Deus livra a alma humana do mau cheiro de certos pensamentos. "
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a d n
"O diálogo, no teatro, é o modelo que deveria ser imitado pelo diálogo na vida real: raramente, ou nunca, falam os dois interlocutores ao mesmo tempo. "
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a d n
"Por dois caminhos se manifesta a dor: o das lágrimas e o da gargalhada. O das lágrimas comove, o da gargalhada petrifica. Quase sempre, ela segue o primeiro... "
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