Desceu a calma noite irradiante sobre a floresta e os vales semeados: já ninguém ouve os cantos prolongados do negro escravo, estúpido e arquejante. Dorme a fazenda: apenas hesitante a voz do cão, em uivos assustados, corta o silêncio e vai nos descampados perder-se como um grito agonizante. Rompe o luar, ensanguentado e informe, brotam fantasmas da savana nua... E, de repente, um berro desconforme parte da mata em que o luar flutua, e a onça, abrindo a rubra fauce enorme, geme na sombra, contemplando a lua.
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