Como todas as paixões vergonhosas a inveja não ataca jamais de frente os bons êxitos que quer empecer. Tem sendas tenebrosas, atalhos e sinuosidades por onde chega às vítimas. Usa de insinuações, reticências, aleivosias, quando mina a felicidade que a importuna. Explicando a boa fortuna por manobras e intrigas, faz que se não atribua ao merecimento; se não pode ferir o homem público, vai ao privado; se a vida particular é irrepreensível, vai à pública, supõe interesses vis nas ações que os mais nobres motivos ditaram; se não pode denegrir os fatos, abocanha as intenções; em sua linguagem, a generosidade é ostentação, a retidão é hipocrisia, os serviços feitos ao Estado ocultam uma ambição desmedida. É assim que a inveja, como as harpias da fábula, envenena tudo que toca, e tanto mais perigosa quanto auxiliada pela malícia, pois nesta sociedade invejosa essencialmente detratora basta uma palavra, lançada ao acaso, um gesto, um relancear de olhos, um pérfido sorrir, para alterar o luzimento da mais sólida reputação.

camilo castelo branco

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