Como é divina a terra, quando a noite corta da tormentosa vida o estrépito infernal! E o sono que de cima tomba coo rocio, e de uma vida gasta o curso diminui, nos elementos todos adejar parece e acalma a pulsação de tudo quanto vive. Um piedoso silêncio cobre a natureza; o rio que ainda brilha já não mais murmura; calaram-se as estradas e não fala a choça; não estremecem mais as folhas na floresta; e o próprio mar, morrendo na soturna praia, estende apenas uma vaga uspirosa... Ao contemplarmos esse mundo quieto, findo, onde os ouvidos gozam de um repouso mago, onde tudo é silêncio, treva e majestade, e cuja vida os nossos olhos, só, atestam, é como se num sonho, dentro do passado, nós víssemos de um mundo morto o negro espetro. Somente nos pinheiros de frondosa copa, cujos grupos esparsos crescem nos abismos, o respirar da noite, que se quebra às vezes, difunde cá e lá harmoniosas vozes, para provar, talvez, na sonorosa rama, que o mundo, no sopor, palpita e vive ainda!