Algo de imenso e horrendo... Algo como um destino... apareceu-me em sonho: era uma nuvem de oiro num céu cheio de luz... Sorriu. Não disse nada. Mas tive a sensação que uma força invisível me arrebatava ao céu e de lá eu vi Roma! Vi a devassidão, a luxúria, a rapina, o egoísmo feroz, irmãos escravizando irmãos. Eu vi Tibério entre as vinhas de Capri ébrio da bacanal, a governar o mundo, cego de cupidez, de sensualidade... Vi as brutais legiões se espraiando por todos os recantos do mundo, ansiosas de conquista, a chapinhar os pés na lama das sangueiras. O direito do forte, a religião da gula, o delírio do luxo, a insensatez da glória! Depois... Senhor, depois vi mendigos sem teto... Vi crianças sem pão... Vi servos nas galeras a remar e a morrer de cansaço e de sede... Então êle falou: ó Lívia, não tens pena? Abre os olhos e vê. Um milagre se opera: duas civilizações se debatem nesta hora, a arrogância de Roma e a piedade de Cristo...