Nos primeiros séculos da história, vemos todas as sociedades constituídas em torno da ideia de Deus, tanto as sociedades evolvidas da Europa, quanto as da Ásia, África, detidas no estado de cultura primitiva. A divindade preside, como pai no meio de filhos, e como juiz entre os subalternos; e da sua bondade emana um ideal de bem, da sua grandeza uma aspiração para ascender, alimentando a sua presença o espírito de sacrifício, o heroísmo, a arte, o amor. Também a ordem social humana é imagem de uma ordem divina. Os brutos não compõem sociedades: cães, cavalos, animais ferozes agrupam-se e dividem-se, conforme o instinto, vivendo cada animal por si. E os agregados de animais como os enxames de abelhas e as famílias de térmitas não são associações, são fenómenos do instinto, modos inconscientes de vida, uniformes em todos os tempos. Pelo contrário, no homem, a associação é meditada, e é efeito Ia escolha livre.