Estas reminiscências do magno dia, são instrutivas: elas têm uma filosofia prática mais fortemente acentuada que as exortações dos moralistas. Entre os delírios que circundavam o carro da Regente, em 1888, e o soturno embarque no cais do Pharoux, antes do alvorecer do 17 de novembro, há uma lição da instabilidade das coisas humanas, uma dolorosa evidência do nada que somos. Ovações, e protestos, discursos, poesias, palmas, flores, dedicações juradas, hinos, aclamações tudo como por encanto desapareceu; e de tanto só restou, na escuridão da noite fatal, a esteira fosforeante da lancha em que de vez se alongava Pedro II, com os seus. De pé na plaga, só um vulto ficou, imóvel, e que até hoje assim se conserva. Chamam-lhe Saudade, mas é a justiça da História, que incoercível desdenha as brutezas da tirania e os engodos da corrupção. Deixai-me dar uma voz a essa Justiça, que emudeceu dolorida: Benditas, benditas as mãos que em nossa pátria espedaçaram os últimos grilhões do cativeiro!

carlos de laet

Trend Topics(tags)

adorno agua alien alma amigo amizade amor ano anonimo aristoteles bom buda cabo casamento cerveja cinema clarice lispector cola democracia deus dinheiro dor dormir drama drogas educacao energia esp espirito esporte felicidade filhos friedrich nietzsche gandhi guerra hebbel homem humanidade ir isabel allende jornalista liberdade lula mae marques marques de marica melhorar mentira mesa morte mulher mulheres mundo nada nunca padre antonio vieira palavras papel pensamento pizza politica politicos professor prov proverbio proverbio alemao proverbio portugues relogio saco seguranca semana shaw sociedade sol teatro trabalhar trabalho verdade vida xuxa