A Tarde morre suavemente, como um poeta... E, estendendo no céu a mão longa e nervosa, desfolha a flor do dia em nuvens cor-de-rosa... Há uma virgem chorando em cada lírio, inquieta... Uma asa tonta risca o espaço, silenciosa. O lago de cristal tem uma dor secreta, e uma folha, que tomba, enruga-lhe medrosa, como a fronte de um velho, a superfície quieta. Alguém chora outro alguém sobre o musgo de um banco. No ar parado perpassa uma ânsia de violinos, de perguntas de amor que ficam sem respostas... E a Tarde, em seu caixão de virgem, todo branco, passa, lânguida e morta... E, pela voz dos sinos, todas as torres vão rezando de mãos postas...

guilherme de almeida

Trend Topics(tags)

adorno agua alien alma amigo amizade amor ano anonimo aristoteles bom buda cabo casamento cerveja cinema clarice lispector cola democracia deus dinheiro dor dormir drama drogas educacao energia esp espirito esporte felicidade filhos friedrich nietzsche gandhi guerra hebbel homem humanidade ir isabel allende jornalista liberdade lula mae marques marques de marica melhorar mentira mesa morte mulher mulheres mundo nada nunca padre antonio vieira palavras papel pensamento pizza politica politicos professor prov proverbio proverbio alemao proverbio portugues relogio saco seguranca semana shaw sociedade sol teatro trabalhar trabalho verdade vida xuxa