Surdo, na universal indiferença, um dia, Beethoven, levantando um desvairado apelo, sentiu a terra e o mar num mudo pesadelo... E o seu mundo interior cantava e restrugia. Torvo o gesto, perdido o olhar, hirto o cabelo, viu, sobre a orquestração que no seu crânio havia, os astros em torpor na imensidade fria, o ar e os ventos sem voz, a natureza em gelo. Era o nada, a eversão do caos no cataclismo, a síncope do som no páramo profundo, o silêncio, a algidez, o vácuo, o horror no abismo... E Beethoven, no seu supremo desconforto, velho e pobre, caiu, como um deus moribundo, lançando a maldição sobre o universo morto!

olavo bilac

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